quarta-feira, 26 de março de 2014

Educação, como estado espírito.

Enxergo o educar como um papel social de cada cidadão para o bom andamento de toda a sociedade. Mas tem indivíduos específicos, dotados do saber, da inteligência e que contém a instrução necessária ajudar os outros o caminho do educar, para que esse cidadão possa educar a outros.

EDUCAR: Vem do latim educare, por sua vez ligado a educere, verbo composto do prefixo ex (fora) + ducere (conduzir, levar), e significa literalmente 'conduzir para fora', ou seja, preparar o indivíduo para o mundo.¹ 

v.t. Despertar as aptidões naturais do indivíduo e orientá-las segundo os padrões e ideais de determinada sociedade, aprimorando-lhe as faculdades intelectuais, físicas e morais. / Cultivar o espírito. / Instruir, ensinar. / Domesticar, amestrar, adestrar.² 

 

Para desenvolvermos e entender melhor esse tema devemos antes olhar para o significado da palavra, como se encontra a cima. Assim iremos ver que o real significado de educar é fazer o indivíduo se criar e recriar, fazermos ele "sair para fora", mostrar o seu potencial muitas vezes não explorado. E "Despertar as aptidões naturais do indivíduo", as habilidades que já estão dentro dele, mas ele não sabe como utilizá-las ou fazê-las aparecerem. Mas também temos outros significados que são mais comuns e estão mais ligados a palavra educar na sociedade atual, como: instruir, amestrar, adestrar. Temos ainda uma classe de professores "adestradores" falida, que tem os alunos formados como meros reprodutores, onde terão êxito no começo da sua vida profissional, não pelo seu caráter, julgamento e critica, mas pela sua habilidade de saber a tabuada. 

Foto: Ignacio A. Canales S.

Todavia temos profissionais comprometidos, sou acadêmico porém me incluo, em formar o alunos "para fora". Uma educação permanente que para isso leva tempo e empenho, acredito eu mais do docente, que vai motivar e estimular seu aluno a buscar o caminho do saber. Como nos fala, TIBA: “Ao perceber que não sabe, o ser humano tem a tendência natural de buscar meios de aprender, já que é dotado de inteligência e, em consequência, de curiosidade. Associando estes dois atributos, pode surgir a criatividade, que fornece a base para as grandes invenções da humanidade. O espírito aventureiro instiga às descobertas”³. Temos que passar conhecimentos que são necessários para a nossa sociedade atual, mas não temos que parar ai e sim dar subsídios aos alunos buscarem a sua forma, o seu método, que ele possa ser livre para criar. Sendo isso que o tornará um ser integro, reflexivo, moral e ético. Por isso somos parte essencial nessa engrenagem, estando sempre a nos questionar e a buscar novos rumos para a educação. 

Contudo vemos que o educar é algo que a cada dia se buscar e se estimula, se não nos colocarmos a prova estamos fadados a ficar na inércia e um professor na inércia não muda ninguém e não se deixa mudar. A educação não pode ser algo formatado, fechado, ela só acaba quando acaba a vida, se conseguirmos passar isso adiante seremos realizados com a docência. Assim termino com um exortação feita por São Paulo a Timóteo, que podemos aplicar confortavelmente na nossa vida como educadores.

"Ninguém te despreze por seres jovem. Ao contrário, torna-te modelo para os fiéis, no modo de falar e de viver, na caridade, na fé, na castidade. Enquanto eu não chegar, aplica-te à leitura, à exortação, ao ensino. Não negligencies o carisma que está em ti (...)" II Tm 4, 12-14a

¹ Dicionário Etimológico (http://www.dicionarioetimologico.com.br/searchController.do?hidArtigo=9F7D659DE8B23AC0A459477D5A5BA64F)
² Dicionário Aurélio (http://www.dicionariodoaurelio.com/Educar.html)
³ TIBA, p. 46, Içami. Ensinar aprendendo. São Paulo: Editora Gente, 1998.

4 comentários:

  1. Mt bom ler isso. Depois de ouvir alguns absurdos essa semana é bom saber que ainda há pessoas que acreditam na mudança a partir da educação.

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    1. Obrigado!
      E enquanto estivermos de pé, estaremos lutando.

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  2. Analisando a origem etimológica, conforme mencionado por você, entender a educação como um processo de condução do indivíduo para fora de si e ao encontro da padronização social, que diga-se de passagem é necessária para viver nela, requer um cuidado. Cuidado esse que você demonstrou na seguinte frase "Temos que passar conhecimentos que são necessários para a nossa sociedade atual, mas não temos que parar ai e sim dar subsídios aos alunos buscarem a sua forma, o seu método, que ele possa ser livre para criar". Agora o meu questionamento é o seguinte, os conhecimentos básicos e clássicos como o da tabuada que você usou como exemplo, não são também parte desse processo dicotomizado entre o que a sociedade precisa e o que o indivíduo precisa?

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    1. Bruno, muito boa observação. Acho que não esclareci muito bem. Os conhecimentos necessários para a sociedade, são conhecimentos morais, de civilidade etc, conhecimento para o bom andamento do todo. Referente a tabuada poderá até ser, mas o bom é que mudássemos toda a cadeia, Todo o currículo escolar.

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