quarta-feira, 2 de julho de 2014

Mãeee ... meu nescau!

- Oi! Aqui quem fala é o filhinho da mamãe. 
- Sou filho único de mãe solteira, portanto não tenho ninguém para ter que aprender a dividir. Tenho tudo e sou o centro das atenções. Sou mimado pela minha avó, minha tia e primos.  
- Mas também tenho muitas frustrações, já que também não tem ninguém pra dividir a responsabilidade de dar uma vida boa aos meus pais. Tenho que ser o melhor, ser bem sucedido. Já dizia Peter Parker, com grandes poderes existem grandes responsabilidades, sou mais cobrado por conta porque ninguém divide ela comigo.

Quando se trata de autonomia as crianças de hoje vão erradicando essa palavra do seu vocabulário, já que as famílias não estão mais tão numerosas, as crianças acabam sendo alvo exclusivo de um falso amor, iPad, iPhone, iPod etc, que é compensação do tempo que seus pais não estão em casa.
E onde que isso vai refletir e encontrar dificuldades, adivinhou quem disse escola. É lá que essa geração vai habitar e como irão lidar com a autonomia que o professor lhe pede. Não estamos falando aqui de coisas mirabolantes ou da cura da aids e sim de apenas usar o lápis e a borracha ao invés do celular. A mãe não proíbe seu uso em casa como falaremos não no colégio?
Os alunos xingam, não respeitam, são irônicos porque em casa seus pais dizem que ele é especial. Quando chega em um lugar que discordam de sua opinião ou não batem palma, esse é o pior lugar do mundo, quero sair o mais rápido possível. Mais as suas frustrações continuaram com a vida adulta, pois sonhou que seria muito bem sucedido mas conseguiu alcançar apenas um cargo mediano em um média empresa.



Esse caminho vai ser mais longo e difícil quando só acontece nas mãos do professor, mas é potencializado quando a família se atenta para isso. O professor estimulará o aluno a se frustar, a ele ver que a vida não é tão fácil como ele imaginava, ela não vai trazer água quando você estiver com sede. Não devemos sermos carrasco do nosso aluno, mas fazer com que ele aprenda e der valor ao que foi aprendido. Que ele se emancipe da redoma protetora de seu pais e alce voo para longe do ninho.
Devemos retomar a visão dos nossos alunos como protagonistas de um mundo novo e não viver mais os sonhos de nossos pais, para isso devemos ser ativos nos debates e discussões. Assim levar sempre reflexões a cerca de sua própria vida, como ele tem vivido-a, sobre sua volta, tem se cercado de boas amizades, e sobre o que acontece ao seu redor, questões políticas e sociais.

Não deixemos que roubem a infância e adolescência de nossos alunos, que eles possam viver todo o seu potencial criativo, caridoso e social.

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